Muitas pessoas implicam com Topázio, seja pelo elenco (sem nenhuma estrela e formado basicamente por atores e atrizes não-americanos) ou pelo final, que deu o que falar na época do lançamento (final da década de 60). Em plena Guerra Fria, o filme também mostra os americanos receosos com a aproximação União Soviética com Cuba, mas os mesmos americanos conseguem um trunfo quando um oficial russo de alto escalão, não concordando com os rumos que seu país levava, deserda levando consigo muitos segredos, entre eles, Topázio (nome do grupo de oficiais do governo francês que colhia informações para o lado soviético). O problema é que a França estava neutra na Guerra Fria, e assim gostaria de permanecer.
O clime de suspense é constante no filme inteiro, imagino que seria melhor ainda se assistisse a ele durante a Guerra Fria mas por algum motivo o filme não fez o sucesso desejado. Pessoas diziam que o filme não era um 'Hitchcock', e na exibição prévia (onde os executivos testam o filme para uma platéia reduzida antes de lança-lo em grande escala) muitos reclamavam de cenas muito longas e do final original. Na verdade, foram feitos três finais diferentes: no original, havia um duelo - daqueles típicos do velho oeste - entre dois agentes franceses, e um outro onde o agente digamos, traidor, se suicidava. O terceiro não vou comentar pra não estragar a surpresa.
Espionagem, traição, mortes... o filme tem vários elementos 'hitchcockianos' além de seqüências muito bem executadas, como a conversa na floricultura, e na recepção do hotel - onde apenas observamos (e não ouvimos!) duas conversas essenciais pra estória do filme.
O crítico americano Leonard Maltin disse muito bem: "É um filme de segunda linha de Hitchcock, mas poderia ser um filme de primeira linha de qualquer outro diretor". E é isso mesmo.

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